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01-04-2003

Um livro de ternuras


Bustos

Bustos Um livro de ternuras “O Destino” ou as Memórias de uma Bustuense Na última sexta-feira, dia 18, no Bustos Sonoro-Cine foi apresentado, postumamente, um livro intitulado “Destino”, da autoria de Maria Nazaré Costa Maia, natural de Bustos, mas, que, por força da emigração, veio a falecer recentemente na América, evento que congregou à volta da sua memória uma boa moldura humana. AMAR A TERRA No fundo, tratou-se de uma homenagem da conterrânea à sua terra, mas, como não amava apenas verdadeiramente a terra, mas a alma que são, entre outras coisas, as pessoas, como bem lembrou a sua filha Olga Maia, foi uma dupla homenagem, recíproca e justa. De resto, “O Destino” não é mais do que um belo rosário de memórias da terra de Bustos e suas gentes. Tratou-se de uma cerimónia simples, mas significativa, sem grandes pompas, mas o suficiente para marcar uma hora e uma data. Pontificaram na mesa de honra a filha Olga Maia, vereador da Câmara de Vagos, o bustuense Mário dos Reis Pedreiras, Miguel Barbosa e esposa. Miguel Barbosa, uma das pessoas que juntamente com David Freire, de Vagos, tornou possível a publicação da obra póstuma, abriu a sessão, tecendo palavras de elogio à autora, há bastante tempo arredia do convívio dos conterrâneos, mas que, apesar disso, não esqueceu as raízes mais profundas. Afirmou mesmo, a dado passo, que no livro “está a mulher de corpo inteiro”, mas não só, porque isso seria redutor, mas “de corpo e alma” que perpasse ao longo das 220 páginas em prosa e verso. Livro que, no seu entender, é “testemunho de vida, de uma lógica simples, impregnado de dúvidas, deixando transparecer privações e lágrimas”, para além de descrever de Bustos “o perfume da terra quente, suor dos rostos, os usos e costumes...”. Por sua vez, Mário dos Reis Pedreiras começou por dizer que “Bustos se sente honrado” com a publicação deste livro que, ao fim e ao cabo, “é um testemunho eloquente”. É que, embora naturalmente com limitações de formação, soube “exteriorizar o que nos rodeia e isso é belo”. Por outro lado, ao escrever as suas memórias, que, na verdade o são, “tem a coragem de transportar para o papel o que outros, com mais formação, não têm coragem para o fazer” para concluir que “gestos destes eu aprecio imenso”. “Para a Maria Nazaré que sempre foi uma pessoa querida, vai a nossa gratidão e, se houver céu, que ela se sinta feliz pela concretização deste trabalho” para o que muito concorreu a sua filha Olga Maia que “cumpriu como filha um gesto muito nobre”, concluiu Mário Reis Pedreiras. A RAÍZ E OS VALORES No uso da palavra, a filha Olga Maia traçou em pinceladas breves e ternas, o perfil da sua mãe que, disse, adorava Bustos, não só fisicamente, mas sobretudo as pessoas, mulher, que tendo saído da sua terra, onde era modista prendada de mão e encantos, tinha um sonho que era o de poder comunicar o que sentia. Queria deixar, em jeito de memória sem arrebiques, a não ser os de alma, algo que perpetuasse a sua raiz modesta, mas honrada, a sua experiência, como lembrou a filha. Percorrendo várias etapas na sua vida, ela “procurou enriquecer-se”, afirmou Olga Maia, dizendo que a mãe, por onde passou, “não teve vida fácil, mas foi sempre cheia de amor”. De Bustos e seus conterrâneos falava sempre com muito carinho e saudade. Quando lhe contava essas histórias de pessoas e coisas repassados desses tempos de menina e moça, “os olhos até lhe brilhavam”, histórias que passou ao papel. “Gostava imenso de escrever”, mas não se ficava pelas primeiras impressões, reescrevia, não queria deixar de fora nenhum pormenor. Não escreveu uma vez só, mas duas, três vezes “para que as pessoas ficassem a compreender o que sentia”. Mulher que trabalhou uma vida inteira, ainda lhe sobrou para escrever as memórias e foi para a família exemplo. Por isso, “fez-me crer em mim mesma e agradeço-lhe isso, toda a vida”, ainda afirmou Olga Maia, que logo adiantou que “não esqueço de onde vim com esses valores... Éramos muito pobres, mas muito honestos”. Era a raiz do húmus a transbordar de verdade e amor em memória de sua mãe. Armor Pires Mota (24 Jan / 11:27)

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